top of page

Selic alta: como tomar decisões inteligentes sobre microcrédito

  • Foto do escritor: Raphael Stuy
    Raphael Stuy
  • 22 de jul.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 24 de jul.

Mesmo com juros altos, é possível crescer com planejamento. O microcrédito pode ser o impulso que seu negócio precisa.


O cenário econômico brasileiro atravessa um momento de atenção para empreendedores e pequenos empresários. A taxa Selic hoje está em 15% ao ano, representando o maior nível da taxa básica de juros para a economia brasileira em quase 20 anos.


A última vez em que a Selic esteve neste patamar foi em julho de 2006 e, se você tem um pequeno negócio, provavelmente está se perguntando: como recorrer ao microcrédito quando os juros básicos da economia atingem níveis tão elevados?


O que é Selic: a taxa que move a economia brasileira


A Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) representa muito mais que uma simples taxa de juros. Funciona como a espinha dorsal do sistema financeiro nacional, que estabelece o custo básico do dinheiro em toda a economia brasileira.


Definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, a Selic serve como referência para todas as operações de crédito do país. Quando você solicita um empréstimo, financia um veículo ou contrata um microcrédito, está indiretamente negociando com base nesta taxa.


O mecanismo por trás da taxa


O Banco Central utiliza a Selic como principal ferramenta de política monetária para controlar a inflação e influenciar o ritmo da atividade econômica. Quando a autoridade monetária eleva essa taxa básica, o dinheiro se torna mais caro, reduzindo o consumo e os investimentos. Já as reduções na Selic, estimulam a economia, pois tornam o crédito mais barato.


Não basta acompanhar noticiários econômicos para compreender a Selic. Empreendedores que monitoram esta taxa conseguem antecipar movimentos do mercado de crédito, planejando operações financeiras com maior precisão estratégica.


Por que a Selic está alta


De acordo com o Copom, entre os vários motivos da escalada da Selic, está o cenário externo, principalmente nos Estados Unidos. ​"O ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos", afirmou o Banco Central em nota.


Em pesquisa realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 62% dos bancos acreditam que o Banco Central começará a reduzir a Selic no primeiro trimestre de 2026, quando a inflação provavelmente estará mais próxima da meta de 3% ao ano. 


Como a Selic alta afeta o seu negócio


Quando o Banco Central eleva a taxa básica de juros, cria-se um efeito dominó que perpassa todo o sistema financeiro. Instituições de microcrédito, assim como bancos tradicionais, precisam ajustar suas taxas para manter rentabilidade e cobrir riscos operacionais aumentados.


Esse fenômeno não representa apenas um aumento numérico nas taxas, mas também significa a reavaliação de critérios de concessão de crédito, então, a aprovação também passa a ser mais seletiva.

 

Paulo José Fiamoncini - Presidente da Acredite e presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Alto Vale do Itajaí
Paulo José Fiamoncini

De acordo com Paulo José Fiamoncini, que é presidente da Acredite de Rio do Sul (SC) e presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Alto Vale do Itajaí, os impactos chegam também ao microcrédito.

“O que muda é que o processo de análise de crédito tende a ser ainda mais criterioso, pois o objetivo é garantir que o empreendedor consiga arcar com as parcelas, mesmo em um cenário econômico mais restritivo”, pontua ele.


“Na Acredite, reforçamos, nesse momento, o papel orientador do agente de crédito, que avalia detalhadamente a capacidade de pagamento e a real necessidade do investimento, buscando evitar o endividamento excessivo”.

Estratégias: otimizando o uso do microcrédito


Mesmo com a Selic alta, existem situações em que o microcrédito continua sendo uma ferramenta valiosa para o crescimento empresarial. A chave está em identificar oportunidades em que o retorno sobre o investimento pode superar o custo do capital.


Quais são os cenários favoráveis para contratação?


  • Investimentos em eficiência operacional

    Utilizar o crédito para aquisição de equipamentos que auxiliem na redução de custos operacionais ou aumentem a produtividade pode justificar a contratação. Se o retorno do investimento for menor que 12 meses, este apelo é ainda maior. 


  • Oportunidades únicas

    Períodos em que a demanda por produtos ou serviços está bastante aquecida também são favoráveis, pois é nestes casos que o repasse de custos e as margens de lucro maiores permitem que o impacto dos juros mais altos sejam absorvidos. 


  • Modernização tecnológica

    Outro cenário vantajoso é o investimento em tecnologia, quando as soluções de fato trouxerem vantagens competitivas a longo prazo. 


ree


Planejamento financeiro é ainda mais necessário


Por outro lado, antes de tomar qualquer decisão sobre contratação de microcrédito, diante da alta da Selic o empreendedor deve estar ainda mais atento ao planejamento financeiro. 


“Os agentes de crédito da Acredite apoiam o empreendedor também nesse processo, trazendo orientações práticas de gestão para tomada de decisão consciente”, afirma Fiamoncini.

A seguir, conheça algumas das orientações repassadas pela equipe da Acredite ao empreendedor. 


→ Avalie se o investimento realmente irá gerar retorno financeiro superior ao custo do crédito, ou seja, se o negócio terá capacidade de pagar as parcelas sem comprometer o fluxo de caixa.


Organize suas finanças antes de contratar, analisando todas as entradas e saídas do negócio.


→ Utilize o crédito estritamente para fins produtivos (compra de mercadorias, equipamentos ou reformas que ampliem a capacidade de gerar renda).


→ Mantenha reserva financeira mínima para emergências.


Além disso, há exemplos práticos sobre o que fazer em relação ao fluxo de caixa e gestão de prazos. 


  • Fluxo de caixa


    Acompanhar o movimento tradicional pode não ser suficiente, ou seja, o ideal é trabalhar com múltiplas perspectivas: otimista, realista e pessimista. Por exemplo, se seu negócio fatura R$ 15.000,00 mensais, projete cenários com variações de -20% a +10% e avalie a capacidade de quitar o financiamento. 


    Analise o fluxo de caixa semanalmente, para antecipar variações sazonais de queda de faturamento e antecipar a criação de reservas em períodos de alta receita. Não esqueça de considerar atrasos em recebimentos, já que seus clientes também enfrentam a pressão financeira do país. 


  • Gestão de prazos


    É possível transformar prazos em ferramenta estratégica, ao negociar com fornecedores as datas de pagamento que coincidem com seu ciclo de recebimento. Se você recebe semanalmente, mas paga fornecedores a cada 15 dias, essa diferença exige capital de giro adicional.


    Implemente políticas de desconto para pagamento antecipado, como nas compras à vista. A tecnologia é uma ótima aliada para acelerar recebimentos: sistemas de cobrança automática ou PIX como método preferencial são algumas opções. 


    Para clientes inadimplentes, estabeleça processos rápidos de negociação. Em ambientes de juros altos, a recuperação de crédito torna-se ainda mais crucial para manter o fluxo de caixa saudável.



Tomada de decisão: o que avaliar


Decidir sobre microcrédito em tempos de Selic alta não deve ser uma aposta no escuro. Elaboramos o fluxograma a seguir, que funciona como uma bússola financeira, guiando você através de quatro coordenadas essenciais que separam decisões arriscadas de investimentos estratégicos. Cada pergunta analisa aspectos que, juntos, revelam a viabilidade ou não da operação.



Fluxograma de decisão para microcrédito

selic alta

Acredite: condições diferenciadas reduzem impactos da Selic


Embora não seja possível prever exatamente quando haverá queda da Selic, o cenário atual não deve ser encarado como barreira para o crescimento de micro e pequenas empresas. Lembre-se: o mais importante é desenvolver um planejamento sólido antes de tomar qualquer decisão financeira. 


“A Acredite busca manter taxas competitivas no mercado, pois atua com foco social”, ressalta Fiamoncini. “Buscamos parcerias com bancos públicos e programas governamentais, temos renegociação orientada para clientes com dificuldades e mantemos o microcrédito produtivo orientado, que reduz riscos e garante a melhor aplicação do recurso”. 

O presidente da Acredite lembra ainda que, neste momento, linhas de microcrédito com prazos mais curtos tendem a ser mais vantajosas.


“Aquelas voltadas à compra de mercadorias ou capital de giro são estratégicas agora, pois permitem retorno imediato ao empreendedor, viabilizando o pagamento com menor impacto no fluxo de caixa”, explica ele. 

Na Acredite, uma equipe de especialistas está preparada para ajudar o seu negócio a qualquer momento, por meio do microcrédito consciente. Se quiser agendar uma conversa, basta clicar abaixo.



Acredite - O capital que você precisa para investir no seu negócio

 
 
bottom of page